Nos últimos meses, os negócios pelo mundo afora foram expostos à verdade de toda a base do Planejamento Estratégico das empresas. Os pilares estratégicos Missão, Visão e Valores nunca foram tão colocados à prova desmascarando aquela máxima que sempre falamos que ‘temos que fazer para pendurar na parede’, trazendo à tona aquela gestão meramente voltada ao resultado em si, como derivado e isolado e, portanto, expondo uma forma de gestão míope e limitada, trazendo resultados catastróficos para algumas delas inclusive. Isso porque dentro de uma estratégia assertiva visando a longevidade e principalmente valoração do negócio, deve-se levar em conta justamente o tema que trazemos aqui, data analytics na gestão de risco.
Vem comigo que no caminho eu te explico 🙂
Pode-se dizer que o susto foi grande e por isso, outro pilar da gestão agora está sendo visto como um ativo estratégico, urgente e de grande valor, e que antes era visto meramente como cartilha e ‘protocolo formal’ à continuidade do negócio. A Gestão de Riscos.
A cada dia as organizações, pautadas na conformidade, se tornam obsoletas em sua gestão por não entenderem que a gestão baseada na inteligência dos dados além de ser uma ferramenta para o controle diário dos riscos, é também uma ferramenta para exploração de hipóteses, percepções e fonte quase infinita de conhecimento estratégico.
O risco inerente ao negócio muitas vezes traz tendências ocultas que humanamente não são percebidas no dia-a-dia. E sem uma base de dados estruturada e integrada com outras fontes de dados trazendo robustez e automatização ao modelo de gestão de risco e conformidade, faz com que a operação do gestor, e sua consequente performance, fique comprometida.
A cultura analítica no time de Controle e Compliance é outro fator extremamente relevante e desafiador para esse novo mundo.
OUTROS DESAFIOS CONSIDERADOS ALÉM DO GRANDE VOLUME DE DADOS NÃO ESTRUTURADOS JÁ CONVERSADO AQUI, SÃO:
– Muitas fontes de dados;
– Esse gap de cultura analítica entre os times, e
– O custo de implementação da tecnologia e treinamento.
Esse último cada vez menos, devido a evolução das tecnologias e alcance cada vez maior e mais viável aos profissionais da área de implementação e análise de dados.
As muitas fontes de dados, vamos considerar que tão logo não diminuirão, pelo contrário, cada vez mais haverão novas possibilidades de ‘plugar’ diferentes bases para tornar rico o pensamento estratégico e clarear os melhores caminhos – e até, dependendo do grau de maturidade da cultura analítica da empresa – prever o que será encontrado ao fim desse caminho.
Vamos focar um pouco agora no segundo item: – o gap de cultura analítica entre os times.
A Gartner, consultoria referência mundial em pesquisa em tecnologia, aponta que “Até 2023, data literacy se tornará um driver explícito e necessário para gerar valor ao negócio, evidenciado por sua inclusão formal em mais de 80% das estratégias de Data & Analytics e nos programas de gestão de mudanças.”
Data Literacy nada mais é do que a capacidade das PESSOAS e sua habilidade de leitura, entendimento e visão holística de causa e efeito dos dados, sob todos os aspectos relevantes ao negócio que envolvem cada análise.
E esse drive, ou a falta dele, é o tamanho do gap cultural analítico que você, seu time e negócio possuem a nível global.
MAS, E QUANTO AO USO DE DATA ANALYTICS NA GESTÃO DE RISCO?
A implementação e o uso ‘corriqueiro’ de Data Analytics ou Análise de Dados na gestão, bem como seus gaps, é sentida quando você percebe sua matriz de riscos, o quanto à vontade você fica para ler, entender e ter a visão holística de causa e efeito quanto às fontes de dados necessárias para compor a matriz? Após sua composição, qual a sua percepção de necessidade de gestão à vista desses riscos e suas variações? E na proximidade de incorrência e impacto no negócio, qual seu entendimento sobre a possibilidade de previsibilidade e ação corretiva ou mitigatória a tempo?
Se mais de uma resposta foi em tom negativo, sinto lhe dizer, mas sabemos que o fim está próximo, pois enquanto empresas estão completamente desconectadas dessa realidade, outras tantas estão a largos passos à frente no mercado.
Entendemos assim, o quanto é imprescindível implementar, se ainda não foi, uma gestão baseada em inteligência de dados, especialmente na área de Controle e Compliance.
DATA-DRIVEN COMPLIANCE
O investimento das organizações em Programas de Compliance que tenham na sua estrutura a inteligência na análise de dados, de agora em diante, torna-se fundamental para dirimir o risco de não conformidade, tendo em vista o crescimento que falamos anteriormente da geração de dados globais em todos os ambientes e níveis do negócio.
Partindo do pressuposto que a operação, o dia-a-dia do negócio, desde o nível mais básico até o estratégico, ainda não contemplem a total digitalização e sua cultura em gestão baseada na inteligência de dados, faz com que isso, por si só, seja entendido como risco inerente.
O acesso às fontes de dados mais relevantes do mercado em relação às possibilidades de risco ao negócio, está atrelado ao nosso modelo de gestão e está integrado à ferramentas de BI – Business Intelligence, dando força estratégica a essas bases de dados, para que o monitoramento seja on-time, gerando insights e tomada de decisão imediata, dirimindo o risco e honrando (ou buscando) nossa certificação diariamente?
É essa pergunta que está sendo feita exatamente agora pelas melhores empresas e, portanto, pelas melhores equipes e profissionais de Gestão, de Controle e de Compliance que estão atentas às mudanças globais quanto à geração de dados e toda sua cadeia de gestão.
A REALIDADE DA GESTÃO DO COMPLIANCE:
O que se vê comumente no mercado sobre o dia-a-dia da gestão de um Chief Compliance Officer é o que torna a função deveras desafiadora e ponto crucial de transformação digital na empresa:
1 – Os relatórios que compõe o Mapa para Gestão de Risco do negócio são segmentados;
2 – A auditoria e certificação são uma ‘foto’ de como o negócio/ gestão está se comportando no momento zero (momento da auditoria);
3 – Não há integração automatizada das informações e plataforma adequada para acompanhamento no momento um em diante;
4 – Muitos relatórios e variáveis para acompanhamento, análise, dificultando a tomada de decisão ágil;
5 – Os relatórios utilizados não fazem análises comparativas (auditoria interna x auditoria externa x matriz de risco da organização);
6 – Inexiste análise automatizada e cruzada dos relatórios e mapa do negócio e comparativo do histórico;
7 – Organização com dificuldade em fazer gestão sistêmica dos riscos de Compliance (retroalimentação das áreas para o Compliance e vice-versa);
8 – Falta de intercâmbio rápido e contínuo de dados.
Percebem como a implementação de data analytics na gestão de risco é um tema urgente?
A reflexão de hoje é: A Gestão de Riscos da minha empresa está sendo feita de que forma, Analógica ou Digital? Eu estou preparado para ser um profissional considerado um Ativo para o negócio, com perguntas a serem feitas para confrontar e melhorar a análise de dados ou sou mero replicador de planilhas e gráficos? O quanto fico confortável em ler, entender e questionar dados? Minha mente trabalha para a transformação digital e o futuro dos negócios?
A ANÁLISE DE DADOS LIBERTA E EMPODERA.
See you soon.
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Sobre Maria Eugênia Faccio
Head de Inteligência do Studio Estratégia, Especialista em Gestão Financeira, Custos e Resultados pela FGV/RJ, Master in Business Innovation pela Católica/SC e Economista pela UFSC. Hoje trabalha o mindset de inovação e seus desdobramentos em gestão, finanças e dados, em médias e grandes empresas Nacionais e Multinacionais. Professora de pós-graduação, Founder e CEO da BIZI_a Business Intelligence Hub.
Email: inteligencia@studioestrategia.com.br
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Sobre Roberta Volpato Hanoff
É CEO e Fundadora da Studio Estratégia – Governança, Riscos e Compliance, graduada em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, especialista em Direito Empresarial com ênfase em Recuperação Judicial, Falência e Administração de Crises pela FGV/Rio, CPC-A® (Anti-Corruption Compliance Certified Expert) e Auditora Líder para as Normas ISO 19600:2014 e ISO 37001:2016 (Sistemas de Gestão de Compliance e Antissuborno).
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