A gamificação do trabalho nasceu da necessidade de engajamento nas organizações. Estimular esta nova geração que já nasceu plugada no celular e na tecnologia acabou se tornando um enigma das organizações. Neste contexto, surgiram algumas tendências inusitadas.

E nem se fala apenas da geração jovem que entra agora no mercado de trabalho, como também se incluem até os “anciãos” que já aderiram à prática de uso de IA, e já pensam com a rapidez e com as novidades da tecnologia em seu trabalho.

Em tempos de cada vez mais distrações em redes sociais e uma infinidade de informações a todo momento, o tédio e o “marasmo” do trabalho repetitivo são capazes de multiplicar os turn overs e arruinar um negócio, motivo pelo qual cunhar técnicas de gamificação traz engajamento e motivação.

A gamificação seria a criação de desafios, a implementação de elementos de jogos e interatividade na execução das atribuições de cada um.

São ferramentas capazes de estimular o empregado a querer bater a meta, receber bônus, superar o seu próprio desempenho profissional e aumentar a eficiência no trabalho.

E essa gamificação cada vez mais tem se tornado uma estratégia de superação de resultados. Desde que sejam expostas claramente as tarefas dentro do contexto e personalidade de cada um, estipulando regras claras de bonificação, objetivos e como será realizada a pontuação, a equipe pratica o jogo e gera o resultado pretendido pelo gestor.

Surgimento da gamificação

Por incrível que pareça, a gamificação não tem sua origem nos países capitalistas. Os primeiros sistemas que implementaram a gamificação (com outros nomes) surgiram em países socialistas, no intuito de promover uma espécie de competição artificial entre empresas governamentais e trabalhadores.

Nesta época de surgimento da gamificação, cada entrega dos trabalhadores era mensurada e acumulava pontos. Quando atingia certo nível, o trabalhador ganhava uma medalha ou um prêmio, tal como um pacote turístico de férias.

Por que a gamificação surgiu nesse contexto?

Numa sociedade socialista existe uma grande ênfase na colaboração; cada um trabalha e faz a sua parte para construir uma grande sociedade. Não há a necessidade nem o incentivo para criar mais valor do que seus colegas. Uma pessoa que inova não pode acumular capital a partir do valor gerado, sendo assim, não havia incentivos para inovar.

Da mesma forma que “bater metas” seja o objetivo do setor, muitas vezes se usa a gamificação para a qualificação da equipe.

Como nos jogos, os níveis subsequentes só podem ser desbloqueados quando o jogador completar as missões, da mesma forma, no mundo corporativo, há quem use a gamificação de maneira que, se o colaborador não consegue atingir as metas de aperfeiçoamento de alguma lacuna de conhecimento, não há evolução profissional.

De uma forma mais evidente de se ver a gamificação, ainda de forma rudimentar (sem os sistemas digitais atuais), tínhamos o clássico “funcionário do mês” na rede Mc Donald´s, que premiava o colaborador com uma foto exposta na parede da lanchonete.

Atualmente, já há inovações e digitalização dessa gamificação com vertentes modernas, sendo que pode, sim, ser útil em ambientes com público jovem, em sala de aula e instituições de ensino, mas também vai muito além.

Ela é interessante para programas de onboarding, exercício da tomada de decisão, treinamentos de vendas ou de atendimento ao cliente, dentre outros. Trata-se de uma das ferramentas mais efetivas para alcançar o objetivo proposto, como mudanças de comportamento, estimular a competição saudável, propiciar um processo de aprendizagem mais exploratório e reflexivo e sustentar esse aprendizado por um período de tempo maior.

Aumentar a retenção de colaboradores também impulsiona a vantagem competitiva, onde os funcionários amadurecem junto à organização.

Como implementar a gamificação em uma organização?

Como são planejadas as estratégias de crescimento com ferramentas de gamificação?

O que se vê como “mapa” da implementação seria primeiramente iniciar uma análise global do quadro de colaboradores, descobrindo os gaps de cada unidade ou setor, e se recorra aos indicadores de desempenho para verificar as lacunas que devem ser preenchidas. Após, que sejam promovidos feedbacks frequentes para que se entenda onde estimular.

Outro passo importante seria o mapeamento dos dados de clima organizacional, conferir a qualidade das ferramentas e equipamentos utilizados por cargo, além de listar quais capacitações brilham os olhos dos talentos.

A partir daí, é possível estudar qual o desafio a ser implementado.

Com as principais metas definidas, a gamificação entra em ação com “jogos” ou sistemas de pontuação que desenvolvem os participantes e estimulam a atingir objetivos para aperfeiçoar suas próprias habilidades.

Inclusive, é essencial que essa meta seja alcançável dentro de um determinado período e alinhar as premiações com as atividades gamificadas, tanto por nível de grandeza, como segmentar metas e conquistas individuais e em grupo conforme a natureza das atividades.

Criar ações gamificadas não significa montar um tabuleiro gigante ou criar jogos on-line com assuntos relacionados ao trabalho – apesar de que isso também pode ser feito.

Um sistema de metas que gere bonificação, uma plataforma de engajamento gamificada que estimule uma ação diária em troca de pontos ou uma competição saudável dentro da companhia são exemplos de gamificação nas empresas que podem ser facilmente adotadas por qualquer empresa.

Preencher uma planilha, enviar um relatório, qualquer ato ou documento produzido pode ser considerado uma fase a ser ultrapassada. Todos esses exemplos estimulam o querer superar um desafio e “passar de fase”.

E quais os resultados que têm se obtido através dos resultados e do monitoramento contínuo da gamificação do trabalho?

Primeiramente e mais evidente é a competitividade voluntária e saudável dos colaboradores, que serve de gatilho para motivação.

Não obstante, há um sentimento de conquista estimulante para que haja interesse e engajamento em cumprir novas etapas.

Por fim, de acordo com a mensuração de resultados, o sistema de ranqueamento possibilita que os participantes tenham acesso a sua evolução, o que funciona como um termômetro duplo, tanto para os colaboradores quanto para os gestores, tornando possível uma avaliação mais eficaz em relação ao desempenho do colaborador e do próprio setor como um todo.

A persistência acaba sendo a palavra mágica da gamificação do trabalho. Em um jogo de videogame, quando um jogador inicia a partida e começa sua busca por pontos, prêmios ou moedas para atingir um próximo nível, a persistência é uma das principais características associadas.

Mesmo perdendo pontos, errando caminhos ou perdendo vidas durante o processo, o jogador não desiste, reinicia a partida e estuda novas alternativas para conquistar os níveis e bater recordes.

Esse é o espírito da gamificação no trabalho, a persistência do colaborador pelos seus bons resultados. Além disso, o colaborador ainda se mantém otimista no resultado, ele acredita realmente que pode alcançar o último nível e vencer a batalha/meta.

O engajamento dos colaboradores também pode ampliar a união e colaboração no trabalho, bem como o orgulho em fazer parte da mesma empresa e diversas outras vantagens para a organização.

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