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Fraude Americanas: O que, definitivamente, precisamos aprender sobre Governança e Gestão Financeira

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Governança Corporativa e sua relação com a gestão financeira

Olá! Seja bem-vindo a mais uma pílula de conhecimento do Blog do Studio, hora de dar aquela pausa entre uma resolução e outra, para que a mente oxigene um pouco. Vamos juntos!

Nos últimos dias, fomos acometidos por uma informação impactante do mercado de uma megalomaníaca fraude contábil nos relatórios financeiros da grande varejista Americanas. Uma empresa auditada, por uma das Big Four* com os 3 maiores, e até então, melhores controladores do Brasil, exemplos para, inclusive, a nova geração de empreendedores. Detendo, além das Americanas, Ambev, Kraft Heinz, Burguer King e Oreo, investimentos em outras companhias como SnapChat, iFood e Cultura inglesa.

A partir daí, tanto o mercado financeiro quanto os analistas proferiram análises em suas redes sociais, e que, diferente de outras épocas de acontecimentos semelhantes, agora a fluidez da informação faz com que quase de imediato possamos acompanhar e transpor as reflexões para dentro de nosso próprio nicho, para nosso próprio negócio e para a nossa própria consciência ao que se refere à ética – ou a falta de – em nossa vida profissional e dos que nos rodeiam. Aí está o ponto da governança corporativa e sua relação com a gestão financeira.

Ao não seguir os pilares da Governança Corporativa, a Gestão Financeira tem o poder de inviabilizar um negócio ao mesmo passo de viabilizar o que não se sustenta.

* As Big Four: Deloitte; Ernst & Young (EY); KPMG; e PricewaterhouseCooper (PwC). No caso das Americanas estamos nos referindo à PwC, que está sediada em Londres (Inglaterra) e atua no Brasil desde 1915, considerada a maior concorrente da Deloitte (ou seja, ocupa a segunda posição no ranking de melhores empresas de contabilidade do mundo), está presente em 157 países.

Governança Corporativa e sua relação com a gestão financeira

Como pano de fundo lembremo-nos do conceito de Governança Corporativa definido pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa:
“Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.”

Esse conceito traz 4 princípios que regem a GC – Governança Corporativa e são eles:

Transparência:
Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à otimização do valor da organização.

Equidade
Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), considerando seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.

Prestação de Contas (accountability)
Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.

Responsabilidade Corporativa
Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto, médio e longo prazos.

Para o IBGC esse caso pode levar à revisão de controles de governança, inclusive.

A TRANSVERSALIDADE DAS FINANÇAS

Costumamos falar que a Gestão Financeira é transversal ao negócio, todos os setores impactam ou são impactados pelas finanças. Produto, marketing, vendas, logística, operação; portanto a Gestão Financeira fomenta a direção e velocidade do rumo que a empresa escolhe tomar. Com isso podemos dizer que o setor financeiro, onde podemos englobar contábil, fiscal e controladoria, deve ser o guardião e disseminador dos princípios da Governança Corporativa, tendo em vista suas funções e atividades inerentes atreladas a esses princípios.

Voltando ao caso da varejista, onde o foco do escândalo foi justamente sobre a Gestão Financeira, é redundante perguntarmos o que deu errado. Ué, tudo. Nenhum pilar de Governança era respeitado há pelo menos 7 anos. Alguns analistas alegam o mesmo modus-operandi em outras empresas do grupo. Trazendo inclusive Risco sistêmico para parte do mercado, além de todos stakeholders da organização.

E sobre esse risco sistêmico para parte do mercado, podemos pensar o seguinte: Como a varejista tinha um grau de alavancagem alto, os bancos foram deveras impactados pela fraude. O que podemos esperar para os próximos meses é um aperto no crédito e maior taxa de juros para compensar suas perdas.

+ Vamos somar a isso ao esperado aumento da inflação, impactando aumento da taxa de juros pelo BACEN para esse ano.

+ Vamos somar a isso a alta da inflação global e juros de países que nunca os tiveram.

+ Vamos somar a isso o impacto que esses cenários podem trazer para os investimentos e consumo interno.

+ Vamos somar a isso a alta da alavancagem financeira das empresas, que vem, desde o início da pandemia, afetadas pela urgência em manter suas operações sem contrapartida de receita, onde os impactos derivam até hoje em seus balanços e DREs.

Governança Corporativa e sua relação com a gestão financeira

E nesta última está o ponto que se pode refinar com a Governança Corporativa – e, de forma específica, com a Governança Financeira:

Mapear processos, mapear riscos, criar controles e alçadas de responsabilidade e, principalmente, ter os números claros do seu negócio, a qualquer momento, numa gestão à vista, para a impreterível tomada de decisão imediata, se for o caso. Ganhar poder para escolher a melhor estratégia para o momento do negócio no cenário mais pessimista que tiver – Risk-Driven Business – e fazer disso um ciclo virtuoso de aprendizagem e melhoria contínua.

Em nosso último artigo trouxemos uma análise sobre os pilares Finanças – Dados e Risco como tripé da Inteligência de Negócio e nele, abordamos as Finanças Dinâmicas sob o ponto de vista da Consultoria Deloitte.

“O sucesso das finanças está na construção de uma organização resiliente e integrada que se adapta rapidamente às mudanças. Como as finanças lidam com esse ambiente de negócios dinâmico e em constante evolução? Tornando-se dinâmico em si. “

O DESAFIO DAS FINANÇAS DINÂMICAS

A dinamicidade das finanças, como citamos, pode enfrentar pontos críticos ou barreiras para seu aculturamento e implantação. Citamos abaixo cinco dos principais pontos críticos os quais as empresas devem buscar ultrapassar, pois conflitam com as boas práticas da Governança Corporativa:

  1. Silos Funcionais
    Em muitas empresas, o trabalho ocorre em silos, com o setor financeiro não se envolvendo com outros setores ou até mesmo com o negócio para entender o impacto das decisões. Trabalham como se fossem uma empresa independente dentro de outra. Não buscando satisfação e tampouco cocriando soluções que suportem a estratégia.
  2. Mentalidade e mudança cultural
    A mentalidade do setor financeiro, ou da gestão financeira, é particularmente diferente, com mais ceticismo e com atenção à estabilidade da empresa. Portanto, uma mudança de mentalidade onde a flexibilidade é a chave para a estabilidade pode ser desafiador de implementar ou evangelizar o time.
  3. Falta de conexão
    Muitas coisas precisam acontecer para transformar as Finanças em Dinâmicas. E muitas delas estão desconectadas. É preciso integrar os pontos para que se transforme.
  4. Dívida Técnica
    Transformar a arquitetura técnica e as plataformas que finanças utiliza pode custar alto e ser desafiadora a mudança. Além disso, as mudanças nos sistemas por si só não irão consertar os processos mal implementados e outros desafios de dados.
  5. Incentivos não alinhados
    A razão para uma transformação da organização vem de diversas perspectivas, mas deve ser alinhado em toda a empresa e defendido pela liderança. todos devem saber responder qual a estrela do norte e qual a visão organizacional.
  6. Acesso a capital
    Os CFOs competem por capital. Muitos CFOs confiam em ROI tradicional e casos de negócios de baixo custo. Os CFOs devem considerar colocar um valor em intangíveis, como informações melhores e mais rápidas, para justificar o investimento de que precisam.
Governança Corporativa e sua relação com a gestão financeira

Como sua organização financeira se ajustou aos recentes eventos externos disruptivos? Os objetivos, a capacidade e os recursos de sua organização financeira permitem que a empresa cumpra sua estratégia e mude no ritmo? Sua organização financeira está pronta para a próxima disrupção? Qual princípio de Finanças Dinâmicas sua organização financeira deve abordar primeiro para poder acompanhar o ritmo de mudança de sua empresa?

Aqui no Studio, as questões críticas à sustentabilidade financeira do negócio, são pautas em nossos comitês internos onde discutimos as situações e rumos dos projetos que nos debruçamos e que nos alimentam diariamente nos fazendo buscar a excelência dessas empresas que ajudamos a conduzir no caminho.
Acreditamos no potencial do business, entendemos o contexto macro e micro do negócio e não temos a opção de falhar. Você não precisa seguir sozinho o caminho, vamos juntos.

And never forget:
A ANÁLISE DE DADOS LIBERTA E EMPODERA.

See you soon.

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