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Demissões em Massa – Crise no mundo das Big Techs

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Demissões em Massa - CRISE NO MUNDO DAS BIG TECHS

Passada a pandemia, um recorde de investimentos e salários altíssimos desfilaram no mundo das big techs a ponto de não se imaginar que algum tombo poderia estar se desenhando. As tão noticiadas demissões em massa seriam algo impensável há 2 anos!

Os números relacionados a captações e crescimento nas startups alcançaram um patamar nunca visto no mundo empresarial, o que acarretou a geração de diversos empregos e movimentação da economia.

Rodadas de investimento, retenção de profissionais de alto nível e o aumento no número de unicórnios foram as notícias alardeadas no cenário digital num passado muito recente.

Mas há um ano parece que o mundo das big techs vai desmoronar, e cortes no quadro de funcionários das startups têm acontecido, praticamente, todas as semanas.

Em redes sociais com viés corporativo, como o LinkedIn, o status “Open to Work” nunca ficou tão popular. A sigla, em uma tradução simples, significa “aberto ao trabalho”, deixando sua foto em maior evidência comparado a outros perfis sem essa funcionalidade para despertar a atenção de recrutadores.

Demissões em Massa - CRISE NO MUNDO DAS BIG TECHS

Por que estão ocorrendo as chamadas demissões em massa?

O motivo apontado para justificar as recorrentes demissões é o cenário de alta de juros, que torna os investimentos mais escassos, além da redução das receitas.

Obviamente, a diminuição na liquidez do mercado global, e que também se aplica ao mercado de tecnologia, demonstra que existe risco até nas empresas líderes de mercado, fazendo com que as startups tenham que redesenhar suas estratégias para lidar com suas contas e fazer bom uso das captações.

As empresas, em geral, afirmam que os desligamentos em massa acontecem devido a uma necessidade de reestruturação de áreas, o que parece muito mais como uma mensagem estratégica de marketing para não assustar investidores.

Atualmente com juros nas alturas, a aprovação de novos financiamentos está mais difícil. Além disso, a inflação se mantém em níveis elevados. Cenário esse que pressiona custos das empresas e que, ao mesmo tempo, veem as expectativas de melhora da economia e das vendas não se confirmarem.

Os sinais de estrangulamento financeiro das empresas começaram a surgir no final de 2022. O ano se encerrou com divulgação na mídia de milhões de companhias inadimplentes (até mesmo o Serasa sinalizou ter havido um recorde desde 2016).

Vem miséria por aí?

A preocupação até se justifica, as demissões em massa aparecem no mesmo ano que uma das maiores ondas de processos de recuperação judicial está sendo também divulgado.

Para o ano que apenas começou, as expectativas não são animadoras. As projeções apontam para uma desaceleração na economia mundial e um crescimento mais ameno, inclusive no Brasil.

A massa de trabalhadores que está “Open to Work” permanece em crescimento, já que as demissões estão ocorrendo “em massa”.

DEMISSÃO EM MASSA - CRISE NO MUNDO DAS BIG TECHS

As demissões em massa são permitidas legalmente?

Muito se questiona se demissões em massa seriam permitidas, em função de antes da reforma trabalhista (que ocorreu em 2017), a Justiça do Trabalho só permitia que as organizações realizassem a demissão em massa após fazer uma negociação com o sindicato da categoria. E essas demissões não estão tendo acompanhamento de qualquer entidade sindical.

Mas não há mais esse obstáculo. Desde que a reforma se operou, houve, no ano de 2017, a inclusão dessa possibilidade expressa na CLT, com a criação do art. 477-A:

Art. 477-A. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Quais as consequências que podem vir das demissões em massa no mundo das big techs?

Para quem fica, o questionamento é unânime: “serei eu o próximo da lista de cortes?”

Funcionários de big techs passaram a relatar em redes sociais o clima de checarem o e-mail corporativo algumas vezes por dia, e até de atos como ficarem tentando realizar acessos remotos em diversos horários para saber se permaneciam empregados.

O clima de tensão cresce, listas com centenas e milhares de demitidos podem sair a qualquer momento, e o RH das empresas parece ter que lidar com muito tato nas relações interpessoais.

Esse comportamento novo na era digital, de tudo se documentar, passou a mudar as relações nos processos de demissão. Hoje em dia, a exposição das rotinas expõe, também, as rotinas dentro das empresas.

Nesse cenário, as demissões, que sempre foram motivo de vergonha e discrição, passaram a ser divulgadas: funcionários, agora, mostram os avisos de demissão, publicam o e-mail recebido, o que acaba por expor os processos de desligamento em tempo real.

Como resultado, os cuidados de como são realizados esses processos podem comprometer até mesmo a reputação da empresa.

Ora, um processo de demissão em massa impiedoso, certamente, afeta investimentos, por colocar em xeque o tipo de gestão praticada nos “corredores” da organização.  

Demissões em Massa - CRISE NO MUNDO DAS BIG TECHS

Como amenizar os impactos da demissão em massa dentro da empresa?

É claro que tudo isso precisa ser estudado previamente, tanto os objetivos estratégicos da demissão em massa – isto é, como isso será feito no setor operacional, bem como o objetivo dessa reestruturação, para diminuir os efeitos que o desligamento causará ao mercado – , tanto do ponto de vista de quem fica – como com aquele que está saindo com uma rede social disponível para contar a história que bem entender.

Temos que, ao que fica: um trabalho redobrado de gestão. Ao que sai: medidas compensatórias além daquelas já determinadas por lei.

A gigante Loft, por exemplo, anunciou que, mesmo com os cortes, estava estendendo os benefícios por mais 2 meses, como a manutenção do plano de saúde para titular e dependentes, auxílio na recolocação profissional e facilitação da participação no plano de stock options para as pessoas elegíveis.

Todo tipo de compensação acaba sendo visto com bons olhos, desde o auxílio em cursos de especialização na área de interesse, como permitir que o mobiliário de home office concedido no início da contratação possa ficar para o ex-empregado.

Medidas humanas para o mundo corporativo recém aplacado pela crise macroeconômica: eis a nova chave para ganhos estratégicos de reputação com investidores.

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