A educação tem evoluído consideravelmente ao longo das últimas décadas, impulsionada por transformações tecnológicas que não apenas alteraram a maneira de como aprender, mas também de como ensinar. Também nossas crianças e jovens estão evoluindo e tendo acesso no seu dia a dia a tecnologias que tornam o antigo modelo de aprendizado desinteressante e desmotivante.
Por que a Tecnologia é Essencial para a Educação Moderna?
O uso de tecnologias no aprendizado não é mais uma opção, mas uma necessidade, já que a integração de ferramentas tecnológicas pode melhorar a qualidade do ensino, ampliar o acesso à educação, estimular a criatividade, e promover um aprendizado mais significativo.
Neste texto, abordaremos a evolução do uso de tecnologias no ambiente educacional, detalharemos os equipamentos que marcaram diferentes períodos históricos, e falaremos dos desafios e soluções que as instituições de ensino precisam ter em seu olhar, visando a competitividade neste mercado em plena transformação.
Benefícios da Tecnologia no Aprendizado Escolar
A introdução de tecnologias na educação representou um avanço fundamental para transformar o ambiente de ensino e aprendizagem, mais que uma introdução de equipamentos em sala de aula, estamos falando de uma adaptação do tradicional modelo de ensino a realidade tecnológica mundial.
As tecnologias educacionais permitem a personalização do aprendizado, uma vez que possibilitam que os alunos aprendam no seu próprio ritmo, de acordo com suas necessidades e aprofundando os temas conforme a capacidade e as individualidades de cada aluno.
Vivemos nos últimos anos a maravilha da inclusão digital, que permite que alunos de diferentes origens sociais e culturais tenham acesso a recursos que antes eram limitados a públicos específicos.
A Evolução das Tecnologias Educacionais ao Longo das Décadas
Com a evolução das tecnologias educacionais, diferentes equipamentos foram introduzidos nas salas de aula ao longo do tempo, com o objetivo de permitir a transformação digital do modelo de ensino.
DÉCADA DE 1960: A INTRODUÇÃO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO
Naquela época, os professores passaram a contar com o mimeógrafo. Este instrumento lançado em 1880 e utilizado pela primeira vez em 1887, teve sua utilização efetiva apenas no século XX. Era utilizado para fazer cópias de papel escrito em grande escala e utiliza na reprodução um tipo de papel chamado estêncil. Foi um dos primeiros sistemas de cópias em série utilizados no ensino.
Também naquela época, alguns professores puderam contar com o projetor de slides. O primeiro projetor de slides foi desenvolvido na década de 1930, mas não foi amplamente utilizado até a década de 1950, quando a Kodak lançou o “Carousel”, um projetor de slides muito popular que se tornou um padrão da indústria, por possuir um carrossel que possibilitava colocar várias imagens em sequência para projeção.
Nos anos 70 e 80, a introdução dos primeiros computadores nas escolas foi um marco significativo.
Antes mesmo dos computadores, vimos a popularização da utilização dos projetores de slides e a introdução dos projetores de filmes. Era um salto na experiencia audiovisual, introduzindo vídeos (8 e 16mm), antes só vistos em salas de cinema, dentro de afortunadas salas de aulas.
O uso de computadores começou a ser experimentado em algumas escolas, mas a tecnologia ainda era rudimentar, com sistemas de aprendizagem baseados em texto. Um exemplo significativo foi o Apple II (vendido a partir de junho de 1977) e o Commodore 64, mas esta realidade era mais para as escolas dos EUA.
DÉCADA DE 1990: A POPULARIZAÇÃO DA INTERNET E DA MULTIMÍDIA
Nos anos 90, a Internet passou a ser uma ferramenta cada vez mais acessível. As escolas começaram a usar a Internet como fonte de pesquisa, permitindo que alunos e professores acessassem uma grande quantidade de conteúdos online.
Neste mesmo período o uso de CD-ROMs e posteriormente de DVDs também invadiram as salas de aula, com recursos multimídia que ofereciam jogos educativos, simulações e material de apoio. Esse período também assistiu ao surgimento das lousas digitais. O que vem sendo vendido até hoje para escolas brasileiras, na verdade é algo antigo e que apenas está sendo atualizado.
A lousa digital interativa trouxe já na década 1990, todo o universo de informação da internet para dentro de sua sala de aula, mantendo os alunos motivados e fascinados, e cumprindo a missão de formar alunos mais bem informados e mais seguros na hora de buscarem conhecimento.
Um exemplo fascinante é a ilustração de lugares do mundo, que ao invés de serem representados por meras fotos impressas em livros, os educadores passaram a poder acessar fotos de diferentes épocas e vídeos.
Com a internet e os primeiros tradutores, os professores puderam acessar o conteúdo de qualquer lugar do mundo e traduzir textos importantes e até históricos, ampliando o repertório de conteúdo.
DÉCADA DE 2000-PRESENTE
• A INCLUSÃO DOS NOTEBOOKS, TABLETS E SMARTPHONES
Com a chegada dos notebooks, smartphones e tablets, a tecnologia em sala de aula deu um salto fascinante.
Com estes novos dispositivos, cada aluno passou a ter a possibilidade de ter a lousa interativa em suas mesas da sala de aula, permitindo uma interação individualizada e adequada a velocidade de aprendizado de cada aluno. – MDM Com a popularização do uso dos notebooks, smartphones e tablets nas salas de aula, foi imprescindível o surgimento do Mobile Device Management (Gestão de Dispositivos Móveis).
Na prática, o MDM não é uma ferramenta, ou uma plataforma, embora ele possa sim, utilizar ambas para se tornar mais eficiente. O MDM é na verdade, uma estratégia de gestão para os equipamentos mobile de uma empresa. Com um MDM, escolas gerenciam com eficiência dispositivos móveis em salas de aula e melhoram a experiência de aprendizagem digital.Instituições educacionais em todo o mundo têm oferecido plataformas on-line e avaliações digitais, enriquecendo o processo de ensino.
Segundo estudo, espera-se que, de 2023 a 2030, o mercado de tecnologia educacional global cresça a uma taxa CAGR de 13,6%, perspectiva bastante promissora. À medida que a mobilidade aumenta, torna-se crucial lidar de maneira eficaz com dispositivos e dados nestes ambientes. É aí que entram as soluções de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM para escolas), preparados para potencializar a aprendizagem dos alunos e otimizar o trabalho dos professores.
Benéfico para escolas, universidades e outras instituições de ensino, o MDM garante segurança aos dados da escola, simplifica o processo de definição de senhas e políticas de privacidade, proteção de dados, monitoramento e gestão de aplicativos, configurações de redes, entre outras funcionalidades. Além disso, professores conquistam estudantes mais atentos, ao silenciar o áudio dos dispositivos dos alunos durante a aula, compartilhar conteúdos com perfis específicos e cronogramas das atividades agendadas.
• PLATAFORMAS E FERRAMENTAS DE ENSINO PERSONALIZADO
As plataformas de ensino a distância se popularizaram trazendo a possibilidade dos alunos realizarem cursos remotamente.
Curso online como: Samba Tech., Apollo, Udemy, Sapium, EAD Box, Khan Academy, Duolingo, Google Sala de Aula, Hotmart e Edools, passaram a vender seus próprios cursos ou mesmo agregar cursos complementares aos currículos ministrados em sala de aula.
Com o advento da pandemia do Covid-19, praticamente todas as escolas do mundo adaptaram seu modelo de aula para remoto e ferramentas como Google Meet, Ampliar, Microsoft Teams e Slack, passaram a ser essenciais para a continuidade do ano letivo.
• SMART BOARDS
Um quadro interativo é uma superfície que pode reconhecer a escrita eletronicamente e que necessita de um computador para funcionar. Alguns quadros interativos permitem também a interação com uma imagem de computador projetada.
Os quadros electrónicos são usados para capturar apontamentos escritos em sua superfície, utilizando canetas próprias e « tinta electrônica », ou para controlar (selecionar e arrastar) ou marcar notas ou apontamentos numa imagem gerada por computador e projetada em si por um projetor digital.
• INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)
A IA está revolucionando a forma como os alunos aprendem e os professores ensinam. Os programas baseados em IA, como assistentes de aprendizagem e tutores inteligentes, podem personalizar o ensino de acordo com o estilo de aprendizagem de cada aluno. A IA também pode analisar o desempenho dos alunos e orientar atividades específicas para melhorar seu aprendizado.
• REALIDADE AUMENTADA (AR) E REALIDADE VIRTUAL (VR)
Essas tecnologias imersivas permitem que os alunos vivam experiências educativas mais envolventes. Com AR, os alunos podem ver informações sobre apostas ao mundo real, como em simulações de ambientes históricos ou geográficos. A VR, por sua vez, oferece a possibilidade de entrar em mundos virtuais, como a exploração de Marte ou a visita a um museu de arte. Essas experiências ajudam os alunos a compreenderem melhor os conceitos e a melhorar a retenção do conteúdo.
• GAMIFICAÇÃO
A gamificação no ensino utiliza princípios dos jogos para tornar o aprendizado mais divertido e envolvente. Ao incorporar desafios, recompensas e competições, os alunos podem se motivar mais facilmente a aprender, além de desenvolver habilidades de resolução de problemas e trabalho em equipe.
Como Escolas Podem Aplicar a Tecnologia de Forma EstratégicaO uso de tecnologias no ambiente educacional é crucial para preparar os alunos para um mundo cada vez mais digital e dinâmico. A integração de ferramentas tecnológicas não só melhora o aprendizado, mas também torna a educação mais acessível, inclusiva e eficiente.
A evolução dessas tecnologias, desde os primeiros computadores até as ferramentas imersivas atuais, reflete o progresso contínuo rumo a uma educação mais personalizada e inovadora.
A tecnologia, se utilizada de forma estratégica e responsável, tem o potencial de transformar a educação e criar um ambiente de aprendizagem mais envolvente, colaborativo e eficaz. Portanto, a necessidade do uso de tecnologias no ensino educacional é clara, e sua adoção é fundamental para o sucesso no ensino do século XXI.
Os Desafios e Oportunidades da Tecnologia na Educação
QUAIS OS RISCOS AS ESCOLAS ESTÃO EXPOSTAS NESTE MUNDO DIGITALIZADO, INDEPENDENTE DO USO DE TECNOLOGIA EM SALA DE AULA?
É evidente que quanto mais conectada a sala de aula estiver, maior serão os riscos das mesmas frente aos desafios da cibersegurança. Por isto, o apoio de uma equipe se de segurança da informação interna ou terceirizada, é imprescindível para o funcionamento adequado e seguro das tecnologias pela escola.Adicionalmente, não podemos esquecer que toda a estrutura administrativa das escolas é digitalizada e conectada, portanto, estas também precisam deste acompanhamento por parte de profissionais especialistas em segurança da informação.
Como agravante, precisamos ter claro que a mesma Inteligência Artificial que tem encantado o mundo nos últimos anos pelos avanços que trouxe nos mais diversos mercados e produtos, também está sendo utilizadas por cibercriminosos para facilitar a invasão de sistemas.
No caso específico das escolas, além dos cibercriminosos poderem ter acesso aos equipamentos utilizados pelas crianças e jovens sob a tutela da escola no período escolar, os sistemas administrativos escolares trazem informações de moradia e saúde dos alunos, além de informações financeiras das famílias.
MAS ESTAS TECNOLOGIAS SÃO PARA TODAS AS ESCOLAS?
Cada escola tem sua “metodologia de ensino”, que pode envolver o menor ou maior uso de tecnologias eletrônicas envolvidas em seus ensinos.
Mesmo para as metodologias que não buscam adotar a transformação digital no ensino, é quase que obrigatório que no ambiente seguro e controlado das escolas os alunos possam ser preparados para o mundo quase que totalmente conectado que estes jovens encontrarão quando entrarem na faculdade ou mesmo no mercado de trabalho.
COMO AS ESCOLAS PODE EXAMINAR SE ESTÃO NO CAMINHO CORRETO QUANDO O ASSUNTO É TECNOLOGIA?
É comum encontrarmos pais descontentes com os serviços administrativos oferecidos pelas escolas, alunos descontentes com a utilização de recursos eletrônicos pelas escolas, professores descontentes com as ferramentas disponibilizadas pelas escolas, e até estes três públicos e os colaboradores descontentes de maneira geral com a tecnologia da informação existente nas escolas.
Mas como identificar se as reclamações fazem sentido, como identificar o ponto de equilíbrio?
Muito dificilmente os colaboradores internos possuem verba e tempo para participarem de treinamentos específicos, visitarem as escolas concorrentes e se aprofundarem nas novidades e tendencias do mercado, e é aí que se destaca o trabalho de consultorias especializadas no tema.
Como especialista em Tecnologia da Informação e em Tecnologia Educacional, inclusive com certificações específicas como Apple Teacher, há mais de duas décadas, conduzo o trabalho de “Mapeamento da Maturidade do uso de Tecnologia na Educação”.
O objetivo deste levantamento é avaliar a maturidade atual do uso de tecnologia na escola e identificar oportunidades de melhoria. Este diagnóstico servirá de base para a elaboração de um Plano de Ação que vise aprimorar a eficiência, a qualidade e a inovação nos processos educacionais.
Utilizando de metodologias e relatórios específicos como o DMM (Digital Maturity Model), CMMI-SVC (Capability Maturity Model Integration for Services) e o CIEB/UNESCO, um bom trabalho precisa ser baseado em metodologias internacionais e não em “achismos”.
Na ECCON, normalmente estes trabalhos possuem pelo menos 3 dimensões de avaliação, que são analisadas individualmente e com as análises cruzadas entre as dimensões:
- Tecnologia da Informação: Infraestrutura, Sistemas de Informação (plataformas e sistemas de gestão), Segurança de dados, Privacidade de Dados (LGPD), Visão estratégica, Gestão de projetos de TI, Investimentos em tecnologia e Monitoramento de resultados (KPIs).
- Cultura Organizacional: Abertura à inovação, Participação dos stakeholders e Desenvolvimento contínuo.
- Pedagogia e Aprendizagem (Tecnologia Educacional): Uso de tecnologia em sala de aula, Capacitação docente, Engajamento dos alunos e Acesso a conteúdos digitais.
Para um planejamento estratégico eficaz e coerente, é necessário saber onde se está, onde os concorrentes estão, o que os pais e alunos esperam da instituição e é claro como a instituição de ensino quer ser vista quando o assunto for transformação digital e uso e ensino de tecnologias, afinal, a escola precisa saber o tipo de aluno que pretende entregar para o mercado.
