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Matriz de materialidade: O que é e quais os seus benefícios à defesa da estratégia do negócio

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Matriz de Materialidade

Elemento importantíssimo do documento de Reporte de Sustentabilidade, a matriz de materialidade tem o objetivo de melhorar a qualidade, o direcionamento, os critérios e a aplicabilidade dos reportes dos sistemas das organizações.

Quando tratamos do tema Sustentabilidade, esta matriz é ainda mais importante, visto que os Relatórios de Sustentabilidade destacam estrategicamente as organizações perante o mercado, trazendo ao conhecimento público as ações relacionadas ao tema ESG da empresa.

Para entender O que é e Como Funciona a Matriz de Materialidade na prática, continue comigo neste artigo.

O que é a Matriz de Materialidade

Toda empresa possui objetivos estratégicos a alcançar e, para isso, precisa ter esclarecidos quais os temas que irão auxiliá-la no seu atingimento.

Por exemplo: uma empresa pode ter o objetivo de reduzir os impactos ambientais gerados por suas atividades e, portanto, o tema sustentabilidade é um dos temas que auxiliarão a conquistar este propósito.

A identificação dos temas principais para o atingimento dos objetivos é realizada através da matriz de materialidade, pois, com ela, tem-se uma visão clara de contexto dos problemas, priorização, recursos necessários e planejamentos de ações.

Significa dizer que ela permite que riscos sejam identificados e mitigados nas organizações, porquanto visa assegurar a visão de futuro do negócio. No caso da temática ambiental, citada como exemplo, são seguidos critérios ambientais e de governança. 

A matriz permite, também, que a organização planeje as medidas práticas para que os objetivos definidos não sejam apenas conceitos etéreos, mas sim reais na vida da empresa, assegurando o êxito no que tange ao seu atingimento.

Mas, atenção: não confunda a Matriz de Materialidade com a Matriz de Riscos do Negócio, pois se trata de ferramentas diferentes.

Matriz de Materialidade x Matriz de Riscos

Matriz de Materialidade x Matriz de Riscos

Antes de seguirmos, precisamos assegurar que esteja compreendida a diferente entre a Matriz de Riscos e a Matriz de Materialidade.

A Matriz de Riscos trata, essencialmente, da identificação dos perigos que uma empresa tem frente às atividades que desenvolve, de forma hierárquica, ou seja, classificando o nível (alto, médio ou baixo) e o tipo de riscos (de imagem, estratégico, financeiro, etc.). Significa dizer que a Matriz de Riscos trata dos possíveis problemas que uma empresa pode ter, prevendo seus controles para mitigá-los:

Matriz de Riscos
(Fonte: sstonline.com.br/gerenciamento-de-riscos)

Já a Matriz de Materialidade trata da identificação de temas, e não de problemas. Ela visa à identificação e priorização de questões relevantes ao negócio e suas partes interessadas.

Matriz de Materialidade
(Fonte: https://www.fdc.org.br/conhecimento-site/nucleos-de-pesquisa-site/Materiais/guia_howto_matriz_materialidade.pdf)

Sobre o tema, inclusive, já tivemos a chance de tratar a respeito aqui no Blog, derivando as análises matriciais de materialidade para indicadores ESG.

A importância da Matriz de Materialidade aos Negócios

Além de ser uma ferramenta para compreensão dos objetivos da empresa, a Matriz de Materialidade é um verdadeiro guia para atender aos interesses das partes interessadas da organização, ampliando a lente de detalhamento de temas que envolvem os propósitos do negócio.

A leitura desta ferramenta permite que os gestores da empresa identifiquem quais áreas e/ou atividades mais têm conseguido atingir os objetivos previstos, permitindo a elaboração e aplicação de ações de correção e melhoria que visem o êxito da organização, tomando decisões de forma estratégica e assertiva, demostrando, portanto, a sua importância.

Matriz de Materialidade

Ademais, quando falamos de Matriz de Materialidade, estamos falando de uma ferramenta de governança, porquanto identifica os temas principais que deverão ser alvo de preocupação de uma empresa – por isso, também permite que, com base nela, implementem-se critérios ESG em sua rotina. Este é outro aspecto que elucida quanto à importância deste recurso, pois temas relacionados ao meio ambiente, desenvolvimento social e governança são essenciais para aqueles que desejam estar competitivos frente ao mercado corporativo mundial.

Por exemplo, atualmente muito se fala em acolhimento e inclusão da diversidade, então, se este tema passar a ser um objetivo da empresa, ele constará na Matriz de Materialidade e passa a ser uma prioridade dentro do panorama desse grupo, buscando medidas e ações que visem o atendimento a este propósito.

Nesse caso, ações que propagam os valores alinhados a este tema deverão ser implementadas em todos os âmbitos e níveis do negócio, e suas estratégias de aplicação devem ser estudadas previamente, bem como monitoradas quanto à sua eficiência e eficácia, assegurando o sucesso deste objetivo.

Outro aspecto que destaca a importância da Matriz de Materialidade é o seu papel frente ao Compliance, pois, a partir da identificação de cada um dos temas importantes ao negócio, possibilitará a construção dos planos de ações que visem à conformidade legal e regulatória em todos eles. Por este motivo, esta ferramenta pode ser gerenciada pelo setor de Compliance do grupo corporativo, comunicando-se diretamente com a Matriz de Riscos através de intercessões temáticas.

A Construção da Matriz de Materialidade

Bem, agora você pode estar se perguntando como iniciar a construção da Matriz de Materialidade propriamente.

Recomendamos que inicie pela identificação das partes interessadas da organização e da compreensão de suas expectativas.

As boas práticas de Governança Corporativa recomendam que, ante a necessidade de uma visão integral para entendimento ótimo da organização – para avaliar o negócio, oportunidades, riscos, impactos, processos e controles, além de revisar a estratégia e planos de ação correlatos -, o processo de análise do contexto e partes interessadas seja executado pelas Lideranças e Gestores responsáveis pelas áreas críticas da empresa (ou seja, as que dão o tom da batida do coração do negócio), que, para uma melhor organização e envelopamento da entrega final, poderão eleger um facilitador – ou seja, um coordenador dos trabalhos.

O grupo que se constituirá dessas Lideranças e Gestores poderá ser formatado em Comissão, com data de abertura e encerramento dos trabalhos – portanto, com prazo de duração determinado – , ou, havendo maturidade na arquitetura de governança da empresa, por um Comitê formal (já existente, ou a ser constituído por deliberação do Conselho de Administração, ou, em não havendo, da Diretoria Executiva).

As expectativas identificadas irão gerar as temáticas mais relevantes ao negócio, servindo de guia para as ações da empresa em busca dos seus objetivos.

Concluída a etapa de identificação, iniciará a análise de impacto de cada tema, verificando: 

  1. o potencial de cada tema de impactar positiva ou negativamente a empresa, classificando em tipos de impacto (de imagem, estrategicamente, financeiramente, etc.);
  2. a classificação de importância de cada tema para cada uma das partes interessadas, de acordo com suas necessidades e expectativas.

A visualização final é de temas organizados em ordem de prioridade, com base no seu impacto para a empresa.

O desenvolvimento das ações para o desenvolvimento dos temas identificados é um próximo passo que, por sua vez, será construído de maneira mais assertiva, diretamente ligado à realidade do negócio.

Veja que através da análise da materialidade é possível que a organização estime de que forma assuntos como meio ambiente, social e governança (ESG) podem impactar seus resultados e os seus stakeholders.

O resultado da análise da Matriz de Materialidade permite que as empresas desenvolvam suas estratégias de curto, médio e longo prazo, inclusive de ESG, bem como metas e encontrar as melhores estruturas para reportar e registrar os dados encontrados como resultado do seu desenvolvimento.

A Matriz de Materialidade já vem sendo utilizada por empresas de todo o mundo, independentemente do tamanho delas.

Através dela, as empresas estão conseguindo se organizar e preparar para os desafios futuros, principalmente relacionados aos temas ESG, quanto para diversas outras oportunidades no Brasil e no mundo.

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