Em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado, as organizações que não acompanham a evolução tecnológica correm o sério risco de perder relevância — ou, em casos extremos, de desaparecer. Muitas empresas acreditam estar atualizadas apenas por utilizarem um ERP ou terem migrado parte de seus processos para a nuvem, mas será que isso, de fato, representa maturidade digital? É nesse contexto que uma consultoria externa para maturidade tecnológica se torna uma aliada estratégica.

A falsa sensação de controle tecnológico

Muitas organizações operam com a percepção de que seus processos estão otimizados tecnologicamente porque há algum sistema de gestão (ERP) em funcionamento. No entanto, é comum encontrar ERPs desatualizados, mal integrados entre áreas, subutilizados ou implementados de forma genérica, sem aderência real às necessidades do negócio.

Sem uma visão neutra e estratégica, é quase impossível identificar esses gargalos. E é justamente por isso que contar com uma consultoria externa se torna essencial.

Mapeamento de Processos Empresariais

Quando uma empresa contrata uma consultoria externa para avaliar sua maturidade tecnológica, uma das etapas fundamentais desse trabalho é o mapeamento de processos. À primeira vista, pode parecer uma atividade puramente operacional, mas, na realidade, desempenha um papel estratégico crucial na descoberta de ineficiências, redundâncias e oportunidades de evolução tecnológica.

Veja como o mapeamento de processos fortalece o trabalho da consultoria:

1. Revela a realidade por trás dos sistemas

No papel, uma empresa pode estar usando um ERP robusto ou outras plataformas avançadas. Mas, ao mapear os processos de negócios reais — passo a passo —, você frequentemente descobre que:

• Muitas tarefas ainda são realizadas manualmente.
• Soluções alternativas fora do ERP são comuns (por exemplo, planilhas do Excel, aprovações por e-mail).
• Os recursos do sistema são subutilizados ou mal utilizados.

Essa lacuna entre o que o sistema pode fazer e o que ele realmente está fazendo só é visível por meio de um mapa de processo detalhado.

2. Destaca gargalos e redundâncias

O mapeamento de processos permite que os consultores visualizem onde ocorrem atrasos, onde há aprovações desnecessárias e onde ocorrem esforços duplicados. Essas ineficiências geralmente indicam fluxos de trabalho desatualizados ou configuração inadequada do sistema — e sinalizam áreas onde a tecnologia pode agregar valor real por meio de automação ou integração.

3. Alinha a tecnologia com os objetivos de negócios

Ao compreender os processos de ponta a ponta, a consultoria pode avaliar se a tecnologia está realmente viabilizando a estratégia de negócios ou apenas apoiando operações fragmentadas. Essa percepção garante que qualquer roteiro tecnológico proposto esteja diretamente alinhado com as necessidades do negócio para crescer e evoluir.

4. Suporta avaliação e otimização de ERP

O uso maduro de um sistema ERP significa que ele está incorporado aos processos centrais da empresa. O mapeamento de processos ajuda a:

• Avalie se as configurações atuais do ERP correspondem aos fluxos de negócios.
• Identifique módulos ou integrações ausentes.
• Defina se a empresa está pronta para uma atualização ou uma substituição completa do ERP.

5. Serve como base para a futura transformação digital

Por fim, o mapeamento de processos não é apenas um diagnóstico — é um ativo estratégico. Ele se torna a base para:

• Implementar novas tecnologias como RPA (Robotic Process Automation), IA ou plataformas de análise.
• Redesenhar fluxos de trabalho para eliminar tarefas de baixo valor.
• Escalar operações sem aumentar proporcionalmente o número de funcionários ou os custos.

Um Case Recente – Mapeamento da Maturidade Tecnológica 

Recentemente fomos contratados para realizar o mapeamento da maturidade tecnológica de uma das principais escolas do Brasil.

O projeto em si parecia simples, uma vez que se tratava de uma instituição de ensino de renome, vinculada a um país europeu extremamente sério e referência em compliance.

Pois bem, não foi tão fácil assim.

Ao realizar o mapeamento dos processos, encontramos processos mal estruturados, sem o devido vínculo entre as áreas e pouco profundos e aderentes ao negócio.

As décadas de existência com um primor educacional e filas de alunos querendo ingressar na instituição, fez com que a escola se fechasse a inovação, permanecendo com uma metodologia de ensino pouco alinhada à realidade dos alunos.

Apesar de possuírem equipamentos modernos e um ERP líder no segmento, os equipamentos são subutilizados e o ERP mal implementado, com ausência de vários módulos e integrações.

Utilizamos uma metodologia própria da ECCON, baseada entre outros frameworks no Digital Maturity Model (DMM) e no Capability Maturity Model Integration (CMMI), e
como resultado desta primeira fase do trabalho, classificamos o nível de maturidade como “iniciante” e desenvolvemos um relatório com 250 páginas com centenas de recomendações de planos de ação.

Por sinal, aí está uma dica importante: Ao contratar uma consultoria de maturidade, inclua no escopo as recomendações de plano de ação para cada gap encontrado nas análises, pois este material poderá nortear entre outros trabalhos, o de transformação digital da organização.

O que uma Consultoria Externa de tecnologia entrega?

Uma consultoria tecnológica especializada avalia o nível de maturidade digital da empresa com uma abordagem crítica, isenta e voltada a resultados reais. Esse trabalho vai muito além da análise do ERP; envolve:

• Diagnóstico completo da arquitetura tecnológica atual: infraestrutura, sistemas, segurança, integrações, compliance.
• Avaliação do uso e da eficiência do ERP: o sistema está sendo usado no seu potencial? Há módulos que poderiam automatizar tarefas hoje feitas manualmente? O ERP acompanha as demandas de crescimento do negócio?
• Mapeamento de oportunidades com novas tecnologias: inteligência artificial, automação de processos (RPA), análise preditiva de dados, plataformas em nuvem, entre outros.
• Análise do alinhamento entre tecnologia e estratégia do negócio: a TI está apoiando os objetivos da empresa ou apenas “apagando incêndio”?
• Plano de ação com prioridades, ROI estimado e roadmap de evolução.

Benefícios práticos e imediatos da Consultoria

Contratar uma consultoria externa para esse tipo de análise não é um gasto, é um investimento estratégico. Os principais ganhos incluem:

• Visão imparcial e especializada: o olhar de fora identifica pontos cegos que a equipe interna muitas vezes não enxerga.
• Tomada de decisão com base em dados e benchmarks: recomendações são embasadas em metodologias testadas, mercado e melhores práticas.
• Redução de custos operacionais: muitas vezes, apenas uma reestruturação do uso atual do ERP já gera economia.
• Aumento da eficiência: processos otimizados, integrações corretas e eliminação de tarefas manuais resultam em mais agilidade.
• Preparo para o futuro: tecnologias emergentes são analisadas com foco no impacto real que podem gerar no seu modelo de negócio.

Conclusão: não dá mais para operar no escuro

A transformação digital não é uma opção — é uma exigência do mercado. E maturidade tecnológica não se resume a “ter sistema”. É preciso garantir que a tecnologia esteja, de fato, impulsionando o negócio. A consultoria externa cumpre exatamente esse papel: fazer um raio-x completo da sua realidade atual e traçar um plano claro e objetivo de evolução.

Ignorar essa análise é como navegar sem bússola: você até pode continuar andando, mas não vai saber se está indo na direção certa — e o mercado não espera por ninguém.